domingo, 24 de julho de 2011

MALA-POSTA

Esta quinta foi, em tempos, estalagem da Mala-Posta da Estrada Real Lisboa-Bragança e possui um sítio de arte rupestre designado Poço da Moura.


MALA-POSTA



A Mala-Posta surgiu em Portugal inserida no processo de extinção do Ofício do Correio-Mor, que durante cerca de dois séculos esteve na posse da família Gomes da Mata, passando a ser explorado pelo Estado em 1797.

Nessa altura, na maior parte dos países europeus, os correios a pé ou a cavalo tinham já dado lugar ao transporte em carruagem e abrangiam também o transporte de passageiros.

Foi José Mascarenhas Neto, ao ser nomeado para o cargo de Superintendente Geral dos Correios e Postas do Reino, que instituiu o serviço da Mala-Posta. São de sua autoria o «Methodo para construir as Estradas de Portugal» e as «Instruções para o estabelecimento das Diligências entre Lisboa e Coimbra». Este regulamento estabelecia, além das normas de conduta que envolviam pessoal e passageiros, os percursos, as paragens e respectivos horários, nas «Estalagens» e «Casas de Posta», que deveriam ser assinaladas com as Armas Reais.

Com António Fontes Pereira de Melo à frente do Ministério das Obras Públicas, a partir de 1852, operam-se grandes remodelações nos serviços de comunicações. É utilizado o método «Mac-Adam» na estrada Lisboa-Porto, são adquiridas novas carruagens francesas e novos cavalos. As estações de muda também sofrem alterações, passando a ter um estilo arquitectónico tipificado e a servir também para os viajantes cearem e pernoitarem.

Em 1859, a ligação entre Lisboa e Porto através das carreiras da Mala-Posta fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda.

Apesar do bom serviço que as diligências prestavam nessa altura, a sua extinção foi irreversível com o aparecimento do comboio, muito embora se mantivessem em actividade durante mais algum tempo, como atestam os «Manuais do Viajante» da época.

Os percursos da Mala-Posta:

1º- De 1798 a 1804
- Mala-Posta de Lisboa a Coimbra

2º- De 1826 a 1831
- Mala-Posta de Vila Nova da Rainha às Caldas da Rainha: 1826 a 1827
- «Reais Diligências de Posta» entre Aldeia Galega e Badajoz: 1829 a 1831

3º- De 1852 a 1871
- Mala-Posta e Diligências entre Porto, Braga e Guimarães: 1852 a 1871
- Mala-Posta de Aldeia Galega a Badajoz: 1854 a 1863
- Mala-Posta de Lisboa ao Porto: 1855 a 1864
Com o estabelecimento da rede ferroviaria, terminaram as carreiras da mala posta, em 1864.
A viagem de Lisboa-Porto fazia-se em 34 horas, incluindo o tempo gasto nas 4 refeições que os passageiros tomavam pelo caminho - ceia nas Caldas da Rainha, almoço em Leiria, jantar em Coimbra e ceia em OL.dos Azemeis.
O preço da passagem era de 45 reis em 1ª classe e 30 Reis em 2ª classe.

Comunicações - Correio

Ainda sobre as comunicações, há algumas curiosidades que serão de referir.No início do século XIX já era entregue correio em todas as capitais de distrito de Portugal. As viagens demoravam:
Lisboa a Coimbra - 1 dia e 23 horas
Lisboa a Faro - 2 dias e 3 horas
Lisboa ao Porto - 3 dias
Lisboa a Bragança - 4 dias e 2 horas À chegada da mala-posta com o correio, era afixada uma lista dos destinatários das cartas ou encomendas postais.
A partir de 1805, é aos correios que se deve o início da afixação de nomes nas ruas e de números nas portas das casas. No início deste século XIX, inicia-se a distribuição domiciliária de correio em Lisboa e arredores, pelos “Carteiros”.Em 1821 foram implantados os primeiros marcos de correio na via pública.Em 1853 apareceu o primeiro selo de correio, no valor de 5 Reis.
Foi com Fontes Pereira de Melo que se efectuou uma grande reforma no serviço dos correios.

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